Sunday, January 31, 2010

how are we today?

well, things don't stop happening.

Cada dia, todos os dias, continua-se a ouvir pessoas a queixarem-se. São os impostos que isto, a política que aquilo. E que precisa de um casaco novo. E que os estofos do carro estão blá. E são conversas que me estremecem pela futilidade, ou simplesmente, a superficialidade. Um encontro de amigos, por si só tão perfeito, e mesmo assim consegue não o ser. Pessoas de quem nos queixamos, ou que se queixam de nós. E melhor, este stress imenso que a faculdade me incute. As queixas são concretas, os problemas uma realidade.

Peço um minuto de Paz. Um minuto em que pensem no que é realmente importante. O que são problemas verdadeiros. O que é ter fome, muita fome. Sentir aquele enjoo de não comer, não porque ainda não fui ao frigorífico, mas porque não há. Não há. Estar em pele e osso e suplicar por pouco. Não quero tornar isto macabro..

Sim, digo sempre que problemas todos têm e que não é possível, porque não é mesmo possível, dizer que o teu problema é maior ou menor que o meu.

Mas abro os olhos e tento ver um bocado mais longe. Não tão longe como África ou Haiti, nem tão perto como o monitor do computador ou a TV. Mas mais longe, dentro de ti. Porque isso às vezes pode ser mesmo muito longe. Fecha os olhos e cala-te, talvez assim consigas abri-los como deve ser.

Não se tratam, talvez, de problemas, mas sim de realidades. Não é um "come e cala-te". Nem uma tentativa de fuga. Mas talvez um "limpar d'alma" e esboçar um sorriso. Sim, aquela do "sorri porque é gratuito e espalhas alegria" é mesmo verdade. Não salva ninguém em África? Tenta imaginar-te a ajudar alguma criança em Haiti, imagina-te a brincar com ela. E já agora imagina-te sorrir para aqueles sobreviventes que te observam a brincar com a criança. Não, de facto não tira a fome a ninguém, não salva a vida a ninguém... mas é uma pequena luz. Uma pequena luz. Pequenas luzes.

As pequenas coisas. Porque não deixam de ter um peso, quente. Cada dia, todos os dias. Coisas pequenas, coisas grandes... É tudo relativo.

Confuso? Também faz farte de todos nós. Gostamos de pôr uma gotinha de complexidade em tudo.

Uma questão de valorizar. Uma questão de querer dar, e daí receber. Ser solidário. Tornar união. Parece conversa de igreja? Talvez porque a Igreja diz coisas verdadeiras também. Mas, talvez, lá bem no fundo, cada um de nós sente isto ligeiramente..

Escrevi muito, mas não escrevi nada?! Hmmm... pensa lá.

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