O bater de asas

Parecia estar em queda livre. Fazia quase um semi-círculo em declínio e notava-se o abrandamento do voo. E, de repente, um bater de asas. Uau! A simetria, o vigor, a determinação daquele movimento. Interessante. Nunca pensei. Apenas um normal bater de asas de um pássaro que passara, de rompante, pela minha janela. Acaba por ser... um tudo ou nada?! Natural, simples, instintivo e... essencial. No nosso dia-a-dia, quantas coisas não fazemos sem nos darmos por elas? Coisas que nos mantêm vivos, pequenas coisas que não nos deixam ir abaixo. O nevoeiro que nos circunda, e que, só de vezes em quando, nos impede de ver claramente, é constante. E quer-se descobrir de onde vem o nevoeiro. Porque quase me sufoca. Porque existe. Porque...sim. Aquela estática indestrutível. Porque nem tudo tem resposta. Ou a resposta é inata, tão óbvia como um bater de asas. E perguntarias: "porque batem as asas, os pássaros?" ou "porque respiras tu?"? Porque sim. Porque nem tudo tem uma razão de ser, por mais respostas que queiras obter.


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