Friday, July 13, 2007

A minha doença

Estou doente. Tenho medo. Tenho um problema cardíaco. O meu coração salta descompassadamente. Um ataque cardíaco iminente? O que se passa comigo? Não compreendo. Sinto o sangue a correr mais rapidamente e até parece transbordar para fora dos vasos, fazendo latejar cada articulação, fazendo sobreaquecer cada poro. O sistema nervoso aparenta também estar comprometido. Fico sem saber pensar. Sem capacidade de reagir aos estímulos captados pelos nervos aferentes. Instantaneamente, o corpo só tem uma reacção, fugir. Fugir de ti. A minha doença parece estar intimamente ligada a ti. Tenho medo. Não percebo esta doença. Será alguma reacção química ou biológica entre os nossos organismos? Estranhamente, quando não te vejo, todos estes sintomas desaparecem, mas são substituídos por outros. Se quando te vejo só penso em fugir, quando não te vejo só penso em te ver. Horas a fio a pensar. Noites em branco a pensar. Como se isso não bastasse, o meu estômago fica a remoer, constantemente. Mas porquê? Aparentemente, o sistema digestivo também foi afectado. Esta doença tirou-me o apetite e todo o alimento parece ter o mesmo sabor. Que doença é esta? Tenho medo. Terá cura?

SCC
13/7/07

Wednesday, July 11, 2007

Temerei?

Atiro-te para os braços do mundo, quando sei que são os meus que precisas. Deixo-te ao relento, sem niguém, a sofrer. Não vejo, não mostras, mas imagino, mas sei. E sofro também ao ver o teu sofrer. Mas é a melhor alternativa. A única alternativa. Porque.. Porquê? Pensei saber. Mas agora não compreendo. Aquele olhar, aquele toque. Evitar aquele abraço, evitar aquele carinho. Como se nada houvesse.
Quis que me esquecesses. Agora temerei que o faças? Ainda pensas em mim quando ouves aquela música? Quando vês aquela parte do filme? Quando saboreias, sem ninguém, o pôr-do-sol? Antes de descansares nos teus sonhos mágicos de contos de fada?
E porque me questiono agora? Porque não te quero ver sofrer? Devo ter a resposta guardada nesta caixinha vital, onde tu, talvez, sempre estiveste. Terei medo dessa resposta? É uma questão de mergulhar no meu silêncio com alguma coragem. Não merecerei o teu amor? Ou serás tu que não mereces o meu? Tudo não será melhor se estiver contigo? Sempre deixo de ser só eu.
Não tenho mãos nos teus pensamentos, que atropelam os meus raciocínios intermitentemente. E não percebo porque não podemos simplificar, quando é a simplicidade que desembaraça os novelos do nosso mundo. Amo-te? Tu amas-me. Eu sei, tu sabes, todos sabem. Porque tu fazes questão que se saiba. Não tens medo? Eu... Eu não sei. Não saberei mesmo? Então porque te digo que te amo?

SCC
9/7/07